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Falta Responsabilidade Afetiva nas Empresas: os prejuízos à Diversidade e Inclusão

Foto do escritor: Jorge BarrosJorge Barros

O conceito de responsabilidade afetiva transcende a esfera das relações amorosas, afetivas ou pessoais e adentra o ambiente corporativo. Ao refletirmos sobre a dinâmica entre empresas e seus colaboradores, torna-se evidente que, mais do que oferecer  salários e benefícios, as organizações devem se preocupar com as emoções e sentimentos de suas equipes. Assim como nas relações interpessoais, empresas sem responsabilidade afetiva despertam o sentimento de rejeição nas pessoas. 


Essa responsabilidade afetiva se torna ainda mais crucial quando tratamos das pautas de Diversidade, Equidade e Inclusão (DE&I). Atentar-se às necessidades emocionais de pessoas de grupos minorizados ou com diferentes marcadores sociais eleva a confiança e contribui para a segurança psicológica dos colaboradores. Como se sente uma mulher quando percebe que não é ouvida em reuniões de tomada de decisão quando é composta majoritariamente por homens? E a mulher negra... será que ela pode se vulnerabilizar como ser humano ou precisa ser sempre vista como forte guerreira? Como se sente o colaborador negro quando nota olhares ou posturas preconceituosas ou enviesadas entre seus colegas? Como se sente a pessoa com deficiência se tiver a sensação de que está na empresa apenas para cumprir cotas e legislação?


Na década passada, muitas empresas adotaram discursos de diversidade que estavam desconectados da realidade vivida por seus colaboradores. isso mudou. Atualmente, a maioria já reconhece a importância e, de fato, implementa práticas inclusivas em suas políticas, estratégia e processos. Agora, um novo desafio se apresenta: é imperativo que as lideranças não apenas pratiquem DE&I, mas que o façam com genuíno apreço pelas diferenças que compõem sua força de trabalho. Quando os colaboradores percebem que as iniciativas são meramente performativas, o engajamento diminui e os resultados esperados tornam-se inalcançáveis.


A verdadeira transformação cultural exige diálogos abertos e a construção de um espaço de confiança. Muitas vezes, as empresas focam apenas em práticas como canais de denúncia contra assédio e em pesquisas anônimas de satisfação - ferramentas com relevante papel. No entanto, o essencial reside na criação de um ambiente onde todos se sintam seguros para expressar suas insatisfações no dia a dia e em diálogos abertosw. A coragem para falar deve ser cultivada diariamente, não apenas quando há a opção do anonimato.


Além disso, é fundamental reconhecer que a relação entre empresa e empregado é uma via de mão dupla. As organizações não podem assumir que conhecem todas as necessidades e desejos de seus colaboradores sem promover uma escuta ativa. É preciso haver trocas reais onde as vozes dos empregados sejam ouvidas e valorizadas. Essa interação permite identificar necessidades não atendidas e possibilita um espaço onde todos se sintam parte integrante da cultura organizacional.


As lideranças desempenham um papel crucial nesse processo. C-Levels e gestores devem ser exemplos de empatia e abertura ao diálogo. Eles precisam estar dispostos a receber feedbacks sinceros sobre como suas decisões impactam diretamente a vida emocional dos colaboradores. A prática da escuta ativa não só fortalece o vínculo entre a empresa e seus funcionários, como também promove um ambiente mais saudável e produtivo.


Por fim, ao abordar a questão da responsabilidade afetiva nas relações empresariais, é importante lembrar que cada colaborador traz consigo uma bagagem única de experiências. Reconhecer essa diversidade emocional não apenas enriquece a cultura organizacional como também potencializa o desempenho coletivo. Quando os colaboradores sentem-se valorizados em sua totalidade — incluindo suas emoções — eles estão mais propensos a se engajar plenamente com os objetivos da empresa.


Em suma, abraçar a responsabilidade afetiva nas relações empresariais é um passo fundamental para criar ambientes onde diversidade, equidade e inclusão não sejam apenas palavras da moda, mas sim práticas vivas que promovem o bem-estar emocional dos colaboradores. Ao fazer isso, as empresas não só se tornam mais justas socialmente, mas também colhem os frutos de uma equipe motivada, criativa e comprometida com resultados potentes. Se quiser falar mais sobre o assunto e saber como elevar os índices de responsabilidade afetiva em sua organização, pode me chamar. Será um prazer contribuir.

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