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Foto do escritorJorge Barros

Aculturamento da Diversidade é o Desafio para 2024

Atualizado: 10 de jan.

Descrição da Imagem: Mesa de trabalho de escritório composta por quatro mulheres negras em uma reunião de trabalho (foto: Christina Morillo)

É inegável que as empresas têm investido em mudanças estruturais e em políticas de diversidade. Isto é endossado pela recente pesquisa da Deloitte 'Diversidade, Equidade e Inclusão nas Organizações 2023', que foi muito bem analisada pela repórter da revista Exame Marina Filippe (recomendo que a sigam aqui). Embora o resultado da pesquisa tenha revelado avanços significativos na adoção de práticas de diversidade nas empresas do Brasil, ela apontou também que o desafio crucial a ser superado pelas empresas é o aculturamento da diversidade. As empresas ainda não encontraram o caminho para transformar genuinamente a cultura organizacional. Como vencer este obstáculo em 2024?


Nesta época do ano, é comum ouvirmos a frase atribuída a Einstein que diz ser "Insano continuar fazendo sempre a mesma coisa e esperar resultados diferentes". Essa frase se aplica perfeitamente às empresas que anseiam por uma verdadeira cultura inclusiva. Não adianta continuarem insistindo apenas na implementação de processos de diversidade e no estímulo para que as políticas e regras estabelecidas sejam cumpridas pelas equipes e líderes (muitas vezes até por medo de punições ou apenas para evitar denúncias).


A cultura de diversidade ocorre quando é percebida nos valores da empresa, no comportamento das pessoas, no ambiente de trabalho, no clima da organização e na crença das pessoas que a compõem. Isto significa enxergar que as pessoas - sobretudo as lideranças - reconhecem a diversidade como valor e apreciam as diferenças entre as pessoas. 


O aculturamento da diversidade envolve incorporá-la não apenas nas práticas e processos, mas no interior dos indivíduos. Isto não significa fazer os empregados se adaptarem à cultura da empresa, abdicando de seus valores pessoais ou características individuais, pois isto seria o contrário da essência da diversidade, que é valorizar a singularidade e particularidades de cada pessoa. Antes, o aculturamento denota inserir a diversidade dentro da cultura já existente na organização, construída pelo time que a compõe.


Para isto, as organizações precisam focar no Desenvolvimento Humano e Organizacional, ou seja, desenvolver as pessoas em prol de uma atmosfera inclusiva. Desenvolver pessoas é diferente de Treinar pessoas. Treinamentos e letramentos sobre diversidade e inclusão são importantes, mas não são suficientes. É fundamental articular mecanismos e fomentar iniciativas focadas na elevação dos níveis de maturidade de colaboradores e da cultura de diversidade. E isto conseguimos por meio de programas de desenvolvimento de pessoas.


A diferença entre treinar e desenvolver pessoas reside na abordagem holística que o desenvolvimento oferece. Enquanto o treinamento pode se concentrar em aspectos técnicos e competências comportamentais, o desenvolvimento busca cuidar dos aspectos emocionais, subjetivos e atitudinais, mais profundos que comportamentais. Além disso, os treinamentos costumam estar focados no aprimoramento de habilidades necessárias para o momento presente, enquanto os programas de desenvolvimento objetivam potencializar as pessoas para novos futuros. Portanto, para uma mudança real na cultura das empresas, que promova um ambiente de genuína valorização da diversidade, é fundamental que se invista não apenas em treinamentos de diversidade, mas também adotem programas de desenvolvimento de pessoas atentando-se aos aspectos comportamentais, atitudinais, emocionais e subjetivos.


Muitas empresas acreditam que já estão fazendo isto ao realizarem eventos de sensibilização. De fato, as sensibilizações não se categorizam como treinamentos. Elas são parte integrante de um programa maior ou um conjunto abrangente de intervenções que promovem mudanças nas pessoas e evolução na cultura de diversidade, equidade e inclusão. A este guarda-chuva maior chamamos de programa de desenvolvimento de pessoas. A sensibilização realmente é uma parte crucial deste programa e frequentemente ela é realizada de forma pontual nas fases iniciais da implementação das iniciativas de diversidade. Ela serve para conscientizar sobre a importância da pauta. No entanto, não basta que os funcionários tenham consciência, é preciso mudarem de dentro para fora e evoluírem de forma continuada.


Este programa maior de desenvolvimento de pessoas é o que vai promover, conectar e sustentar as mudanças profundas na cultura. Seja por meio de intervenções individualizadas, como mentorias, ou por meio de trabalhos em grupos, o desenvolvimento de pessoas inclui: explorar e potencializar as habilidades, particularidades e singularidades das pessoas; formar, integrar e fortalecer vínculos e confiança entre os times de trabalho; instrumentalizar líderes para construírem um ambiente seguro de diálogos abertos; capacitar pessoas para estarem aptas a acolherem umas às outras no dia a dia de trabalho de forma afetuosa e, principalmente, estimulando-as a apreciarem verdadeiramente as diferenças. É por meio desse desenvolvimento que as empresas poderão promover uma transformação genuína nas pessoas, incentivando a internalização dos valores de diversidade, inclusão e respeito. 


No próximo artigo, trarei dicas sobre quais elementos essenciais devem ser considerados ao planejar os programas de desenvolvimento de sua empresa, bem como armadilhas a  serem evitadas. Enquanto isso, caso queira se aprofundar no tema, você pode acessar gratuitamente o conteúdo da ferramenta '7Es da Inclusão' no site da Fator Diversidade. Lá você encontra algumas orientações e um roteiro de forma macro. E, para receber um material mais detalhado sobre a ferramenta ou tirar dúvidas sobre ela, basta enviar um e-mail com o assunto 'INFORMAÇÕES SOBRE 7Es DA INCLUSÃO' para contato@fatordiversidade.com.br.




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