12 de Agosto: Quando Arte e Direitos Humanos se Encontram no Mundo Corporativo
- Jorge Barros
- 11 de ago.
- 3 min de leitura

Em um calendário repleto de datas simbólicas, o dia 12 de agosto se destaca por reunir duas comemorações profundamente conectadas à transformação cultural dentro das organizações: o Dia Nacional das Artes e o Dia Nacional dos Direitos Humanos.
À primeira vista, pode parecer que esses universos caminham em paralelo, mas para quem atua com Diversidade, Equidade e Inclusão dentro de empresas, essa coincidência é mais do que simbólica — é estratégica. Afinal, a construção de culturas inclusivas e humanas nas organizações depende tanto da defesa de direitos quanto da capacidade de tocar, sensibilizar e transformar as pessoas. E é nesse ponto que a arte encontra seu lugar como aliada da mudança.
A arte como chave para desbloquear conversas difíceis
No ambiente corporativo, sabemos que falar sobre racismo, capacitismo, LGBTQIAPN+fobia ou sexismo exige mais do que informação técnica. Exige conexão. A arte, quando usada com intencionalidade, permite que temas muitas vezes vistos como “delicados” ou “polêmicos” sejam acessados por vias sensoriais e emocionais, criando espaços mais seguros para escuta, empatia e reflexão.
Não por acaso, na metodologia da Fator Diversidade, combinamos psicologia organizacional com expressões artísticas — dramaturgia, poesia, música, performance visual, narrativa e contação de histórias — para ativar a percepção, despertar repertórios e gerar abertura emocional. Ao fazer isso, conseguimos algo que os manuais e os treinamentos puramente técnicos nem sempre alcançam: mobilização interna real e duradoura.
Direitos Humanos no ambiente de trabalho: mais do que compliance
Celebrar os Direitos Humanos dentro do universo corporativo não pode se limitar à conformidade com leis trabalhistas ou à assinatura de pactos globais. É necessário que esses valores façam parte da cultura da organização, da forma como ela toma decisões, reconhece talentos, lida com conflitos e desenha suas políticas internas.
Quando falamos de inclusão no trabalho, falamos também de direito ao pertencimento, à voz, à segurança psicológica e à dignidade. Esses são direitos humanos aplicados ao dia a dia corporativo.
Pessoas negras promovidas em cargos de liderança, mães acolhidas após a maternidade, profissionais LGBTQIAPN+ que não precisam esconder quem são, colaboradores com deficiência que têm acesso às mesmas oportunidades — tudo isso é prática cotidiana de direitos humanos dentro de uma organização.
Por que o 12 de agosto importa para sua empresa
Essa data pode ser um convite para as lideranças e profissionais de RH e DEI refletirem sobre como estão promovendo, na prática, os valores de uma cultura mais inclusiva:
Sua empresa ou organização entende DEI como uma pauta estratégica ou apenas reputacional?
O desenvolvimento de lideranças leva em conta competências inclusivas e emocionais?
Como você sensibiliza sua equipe além das cartilhas, letramentos, treinamentos técnicos e comunicados?
O uso de abordagens artísticas no contexto de formações, campanhas internas e desenvolvimento de lideranças é uma das maneiras mais eficazes de acelerar esse processo — tocando o que há de mais humano em cada pessoa: sua capacidade de sentir, imaginar e se conectar com o outro.
Cultura organizacional inclusiva é uma obra coletiva
Assim como a arte, a cultura organizacional é construída todos os dias, por muitas mãos. Ela carrega influências, referências, silêncios e escolhas. E, assim como os direitos humanos, ela precisa ser defendida, tensionada e atualizada constantemente.
Neste 12 de agosto, convidamos as organizações e suas lideranças a pensarem: como a arte pode ser uma ponte para os direitos humanos dentro do seu negócio? Como podemos transformar espaços corporativos em territórios mais justos, criativos e humanos?
Nós acreditamos que é possível — e necessário — fazer isso com estratégia, com ciência e com sensibilidade.
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